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Mostrando postagens de abril, 2022

O Retorno de Perséfone

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 Outono, Tempo de descida ao Reino das Sombras. Cheguei aqui como vítima, sequestrada. Subjugada ao desejo do outro. Feito semente plantada no fundo da terra, perdi a casca que me protegia E começou novo processo. Nesse momento esse desejo também se tornou meu. Nutri-me com as sementes de romã e seu rubor pintou meus lábios e não só. Tingiu também minha alma. Abracei aquelas sombras como minhas e elas não mais me assombraram. Deitei raízes por aquele território desconhecido e ao mesmo tempo estranhamente íntimo. Enveredei-me na profundidade de mim mesma. Toquei meu corpo e aprendi os caminhos do prazer por mim e para mim mesma. Abracei minhas dores, tratei minhas frustrações, suportei as perdas. Deixei-me queimar nas fogueiras dos desejos. Foi assim que me despi do que era, das personas colocadas, esperadas sobre mim. E corajosamente tornei-me quem sou: A Rainha do Mundo Subterrâneo. A coroa que adorna minha cabeça, que sustenta meu orí Está cr...

Mitos de ausência

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Perdi o chão Fiquei sem par Rodopiei alto demais Lançando sementes em terras inférteis E agora a sensação de ter labutado inutilmente Me pesa os braços Me faz soltar o arado E ainda preciso socorrer minha cabeça Pendida sobre um peito inexistente Lamento como Ísis o falo ausente Do seu amado Osíris O mito diz que o deus teve seu corpo todo esquartejado E Ísis conseguiu reunir todas as partes, exceto o pênis Ela reconstrói o corpo Esculpe um falo de ouro Ao sentar-se sobre ele, ela engravida Hórus nasce Assim como nasce esse poema Da inspiração que me penetra Do seu falo ausente (Tatiane Moreira)

Selvageria das flores

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