Estações
Nas árvores em frente minha casa é tempo de queda das sementes. E em minha pele é tempo de cicatrização. A pele antiga caindo feito casca, levando lembranças Que já não faço questão. Continuo no ofício de me amar e fazer amor comigo mesma. Acordar em mim, recordar de mim. Vomitar os venenos, cuspir o asco. Renovar caminhos. É inverno lá fora, mas aqui dentro floresço. É primavera. As sementes que caem com seus sons secos Recordam as portas que se abrem para os benditos recomeços. (Tatiane Moreira)