Ádil e os leões em mim
No mapa da jornada da alma Rastros de patas de leões Me rodeavam pelos caminhos. Assombravam meus sonhos noturnos, Roubavam minha presença e alegria. Fugi. E quanto mais longe eu ia Mais perto o leão ficava. Rugia, assombrava, assustava. A face de Allah para mim Era “O que desonra”, “O que rebaixa”, Não conhecia “O protetor”, “O capaz”. Minha espada não tinha corte, nem brilho. De fuga em fuga Os ouvidos foram se abrindo; O paladar, temperado; O olfato, desenvolvido; A visão, até então míope para as realidades sublimes Não resistiu frente a beleza Que me apresentou faces de Allah que eu desconhecia: “O que honra”, “O que tudo perdoa”, “O compassivo”, “O que reúne e unifica”. O leão nunca esteve fora, Mas aqui, dentro do peito, rugindo Seus infindáveis desejos. Fortaleci-me na beleza. Banhei-me na verdade. Afiei a espada e cavalguei com coragem E nunca m...