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Mostrando postagens de maio, 2021

Presença

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  Sobre as certezas que temos na vida, a nossa própria companhia é a que iremos carregar conosco enquanto durar o alento que nos anima. A qualidade dessa companhia dependerá do quanto nos conhecermos, nos apreciarmos, nos aceitarmos. As culpas, das quais conseguirmos nos redimir. Do exercício do auto perdão. Do quanto teremos conseguido apaziguar nossas guerrilhas e nossos guerrilheiros internos. Do encantamento com as nossas idiossincrasias, do entendimento com as nossas teimosias. De quantos de aprendizados somos capazes de extrair do material de que somos feitos: carne e sonhos, intelecto, sentimentos e instintos. Que sejamos capazes de estimar “a companhia que temos nos momentos vazios”* e que estará ao nosso lado na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, do começo ao fim das nossas humanas vidas. (Tatiane Moreira) * Referência ao poema  de Oriah Mountain Dreamer, “O Convite”: " Quero saber se você pode ve...

Dando conta de mim

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  Aprendi a dar conta da minha bagunça. A cuidar de mim através do manejo com as plantas, Regá-las com regularidade, coloca-las ao sol. Para vicejar eu também necessito De água em abundância e sol para aquecer a vulva. Tudo o que está por fazer, será feito Em acordo com o tempo interno. Por agora me debruço na janela Para esperar a lua. Preencho com música todos os espaços possíveis E danço nua com a luz apagada. Atenta, vigio o fogo interno e me deixo arder pela vida. Aprendi a dar conta da minha bagunça. Sem correr dos desafios, apesar do medo. A encarar a dentada da solidão sem me afogar nas lágrimas. A suturar os cortes que se abrem de novo, e de novo, e de novo. Por isso faço da esperança o pão nosso de cada dia. Varro as insignificâncias e assim recupero dracmas e mais dracmas perdidas. As roupas sujas que eu esfrego no tanque cheio, Encaro como abluções sagradas e respeito as manchas Que eu não consigo tirar e a lembrança não me permit...