O jardim das delícias

 

Para adentrar o jardim das delícias

É preciso calma, presença.

É mais do que corpo a corpo.

É olho no olho e quanta verdade e desejo somos capazes de sustentar.

É mais que a busca do gozo, é deleitar-se a cada passo.

É desnudar a alma com a língua.

É enxergar em aparentes imperfeições – o perfeito de cada um.

As marcas, as pintas, os pelos, tudo é caminho para o abismo.

E se você teme cair, aqui não é seu lugar.

É preciso trocar controle por compasso.

Harmonizar os ritmos, estudar os corpos.

Sentir!                                                                                        

Mas antes de tudo isso, o que há na mesa posta do olhar?

O que se alcançou com as palavras?

Quais encontros, ou mesmo desencontros aproximaram os seres?

Se só foi produzido dissonâncias,

Se não houve acolhimento, se foi apenas um contato de superfície,

Sinto informar: o jardim estará fechado.

A chave para ele é só uma palavra, não para ser dita, mas vivida:

Entrega!

(Tatiane Moreira)



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