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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Das coisas que crescem à revelia

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Começou gramínea rasteira e delicada no fim do verão passado,   nada que parecesse durar. Mas atravessou o outono, otimista e verdejante. Sofreu no inverno, foi pisada, secou. Achei sinceramente que morreria. Evitava aguar ou nutrir qualquer esperança. Ela atravessou silêncios e distâncias. Daí veio a primavera e bastou um leve toque para mostrar a que veio e cresceu, cresceu assustadoramente. Agora é um matagal imenso, capaz de cobrir meu corpo inteiro, invadir minhas noites e em qualquer fresta do dia se apresenta verde e resoluta. Agora é pleno verão e chove torrencialmente. Já não há distância que ela não preencha. Nem vento que não a faça dançar. Fez morada em meu peito. Profunda raiz. (TMF)    

Não, não é uma propaganda de esmalte.

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  O vermelho rebu pintado em minhas unhas Matiza o meu dia Era a cor favorita de esmalte da minha avó Recordei-me disso quando comprei o frasco Senti sua presença em mim quando pintei as unhas Apenas um adorno, alguns dirão Para mim é celebração Da minha linhagem feminina Em elo rubro vermelho Cheirando a sangue e ferro Pulsando como clitóris intumescido (TMF)