Pós-verdade e fuligem
Estação do Metrô Central, outrora pertencente a antiga Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Belo Horizonte, hoje privatizado e "ornamentado" a pobre e tosca imagem de um supermercado. Nenhuma janela de transcendência para além de rótulos e preços, na era do Homo Consumens. Acervo pessoal, 2024. Na era da pós -verdade, repleta de mitos infundados, o que é fato: é essa fuligem opaca descolorindo os dias. Tudo parece arder, virar fumaça, especialmente se for mata, se lembrar um quilombo, se for terra indígena. O capital, enfim, precificou todas as almas. Cada altar, cada ação tem a marca do seu cifrão característico. Nem tudo o que reluz é, mas tudo o que reluz é sombra humana do que um dia, chamamos vida. Como continuar? Com qual utopia? Nenhuma ilusão de solidariedade e partilha subsistem aos contratos de grilagem. Apenas aparências: frágeis, turvas, oásis artificiais. Tudo. Todos? Perseguindo algum ...