Quarentena
Tempos de quarentena. Recolhimento, introspecção. Nessa parada obrigatória estamos, cada um, frente a si mesmo. A única certeza é que não há certeza nenhuma. Sim, é um chavão, mas que cabe agora como uma luva. São tempos vazios, difíceis de preencher. Claro, como sempre há mil chamados: lives de todas as espécies, encontros virtuais, educação a distância. Mas meu coração não quer atender a nenhum. O importante é não fugir, não fugir do vazio quando ele se apresenta. O convido a sentar e tomar uma xícara de chá comigo. O convite é dele, na verdade, não meu. O chá não tem sabor algum, e isso não é ruim. Juntos: eu e o vazio esperamos a hora de sermos um. ...