Sobre envelhecer, amar e outras revoluções possíveis
43 Encontro-me no quadragésimo terceiro andar deste edifício chamado vida, um estranho edifício em espiral, que a cada volta nos recorda as muitas outras que passaram e que sentimos de alguma forma presentes em ondulações sob a pele. São justamente essas ondulações que nos marcam a tez, ou que ficam em nódulos difíceis de extirpar. É semelhante ao teste da menina num antigo conto, no qual ela sente o pequenino caroço de ervilha sob as muitas camadas de colchões sobre os quais se deita. No conto, o teste era para ver se ela seria uma boa esposa, na vida real se contextualizarmos a história podemos considerar o teste quanto as nossas percepções sobre as ondulações na espiral da vida, e apesar dos incômodos do passado sermos uma boa companhia para nós mesmas. Tudo dependerá do olhar que damos para nossa própria história, do quanto dimensionamos os acontecimentos. A história traduz exatamente como me sinto: incomodada. Não com a passagem do tempo, ou com as comuns dificuldades cotidi...