Espelho da vida
Ventania de agosto
Varrendo o que sobra do inverno
Olhos em vigília
Os dissabores da vida
ventam sobre mim
O que estariam varrendo?
A alma não adormece
Analisa, busca saída
Se desespera
É isso mesmo vida?
As questões não mudam
É sempre a mesma luta
contra as misérias humanas:
a inveja, o egoísmo, a soberba
Mãos incapazes de se estender em auxílio
e que só apontam erros
Onde há um espelho capaz de mirar no que é belo?
Capaz de contemplar diferenças, não como deficiências
Mas como essenciais à vida?
Essa ventania juntando tudo o que está ao rés do chão
Recorda que apesar da solidão na qual caminhamos
O movimento da própria vida é juntar o que está separado
É sempre soma, não subtração
Combinação de habilidades num coral de vozes
E que embora cada voz seja única, unidas é que alcançam melhor tom
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